sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Existe algum soro da verdade que funcione?


A ideia de um soro da verdade surgiu pela primeira vez em 1931, quando a revista de ciência policial American Journal of Police Science  publicou um artigo sobre os efeitos da escopolamina, um extrato potencialmente mortal da beladona.

Ao administrarem esta substância para aliviar as dores do parto, as mulheres se tornavam muito mais falantes e desinibidas. De forma que realizaram uma experiência para comprovar sua eficácia: administraram escopolamina a 2 prisioneiros antes de levá-los a julgamento. Ambos se declararam inocentes e foram absolvidos. O experimento valeu como uma prova de que o princípio ativo conseguia fazer com que as pessoas dissessem a verdade... como se fosse a primeira vez que um prisioneiro se declarasse inocente.

Para evitar os efeitos secundários indesejados desta substância, começaram a usar barbitúricos que tinham o mesmo efeito depressor, que acreditavam que era o efeito que desencadeava a confissão. Desde então, os soros da verdade começaram a ser o metoxital, o amital sódico e especialmente o pentotal sódico.

Apesar dos pobres testes, podemos afirmar que estes soros servem para que as pessoas digam a verdade?

Depois de uma exaustiva pesquisa dirigida pelo doutor Gisli Gudjonsson, do Instituto de Psiquiatria de Londres, publicada no clássico The Psychology of Interrogations, Confessions and Testmony, concluíram que ditos fármacos não servem para obter a verdade.

É verdade que deixam as pessoas mais falantes, mas não faz nenhum efeito em quem não quer contar nada. No estudo, ademais, aponta que existem sérios problemas relativos à confiabilidade da informação obtida durante o procedimento por causa do aumento da fabulação, da fantasia e da sugestão nas pessoas vulneráveis.

A fórmula do pentotal sódico, C11 H17 N2 O2 S Na, também é o nome de uma canção da banda Anthrax. Uma melodia que certamente resulta mais eficaz à hora de turvar a mente do interrogado.

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